01 junho, 2009

SEMENTES DO FOGO

Hoje, vi a Arte! Forma do informe, imprimível...
Fotografaria....
mas que imagem revelaria a inteireza ampla deste testemunho, em oasis, sentimento formando horizontes?
Horizonte é a pele do destino?
...Nunca imaginei nem imaginaria o Parque da Luz, assim: criado. Aqui manhãs, estive atrás das raizes, troncos, que agora sombram.
Estamos.O fogo plantado em vasos de barro - por eles feitos: forjadas almas - em varais, em fios, lâmpadas de cabeça pra baixo, cheias de fluidos, incensos, suspensos nas brasas em bolas de arame, em traquitanas girando mandalas de chamas,  fogo em todos os lugares,  sob controle.
Translumbrados...
Um momento aquecido, sabor medieval, torpor ritualístico, vago, coração ancestralizado, estado de caminho.
No ir-se plantando este fogo, ouvíamos uma música distante, ali nascendo, cortejos circulares irradiavam sons, falas gravadas, outras línguas chamavam: chamamentos.
 Músicos, técnicos, todos atuavam para e com. juntos, fazendo aquela bolha de respiro, sopro ao avesso,  acendendo o parque, nete oficio de ser sensivelmente artista, responsabilidade missionária em metrópoles.
Eu, camera de poros naquela atmosfera: pessoas, vagarosas, vários trilhos, respeitando, cuidadosas, curiosas, reverberando miúdas ações. Completávamos-nos com vagas compreensões, partes de explicações descobertas, pelos mais atentos ao labor do todo. Amalgamavamo-nos?
Canhões de ferro vazados, rendados, atiravam flamas e o âmbar movimentando as formas dançantes, incandescentes, o parque aquecendo, estufa de almas,  cuidados de compartilhos, carinhos... Fotos, flashes, olhares pra sempre comovividos.
...Regarder, plein de bouté...
"Qu´que tu fait?"
- Feu. Dedans.
Seguro.
Já estive esperando um misterioso instante coletivo...? Onde estava? Déjà vu: branco vestido de veludo. Castiçais. Brancos abjures estendidos em cabides suspensos penduravam velas, nas árvores: regatas regando, noite, gotas evaporando o frio da gente, e a melodiosa vibração resplandecendo o peito. Andavamos por mais de hora sem sentir o tempo, o balão sem pele flutuando, na névoa, fumaça, o cheiro da gravidade outra. Fosse eu só barro, ali rachava nunca. Sendo este o alumio, aboio neste quentinho obrado para o encontro, desesquecido, fluxo de reflexo doré...
Antes da exaustão só tive certeza do ocorrido, nas graminhas soltas do assoalho... o cheiro no vestido. Memória do corpo.
Chamasse vereda, esta passagem: meus buritis vi, enformando-se neste oeil nouveau-né, naquela Praça chamando Luz.